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8 de agosto de 2024

Movimento SOS AGRO RS realiza mobilização nesta quinta-feira (08/08)

O SOS AGRO RS surgiu para ajudar o produtor gaúcho após as enchentes de maio. "O movimento começou com mulheres através do agrodelas, os empresários Vinicius Dutra de Porto Alegre, Eder Faccin de Santa Maria, juntamente com o produtor Lucas Scheffer e sua esposa Francieli, Silvio e Nara da região de Nova Santa Rita", conta a produtora rural de São Sepé–RS e uma das coordenadoras do SOS AGRO RS, Grazi Camargo.

Atualmente quase oito mil produtores estão no grupo do WhatsApp do movimento. "Começamos a mobilizar as pessoas primeiramente lá no início de maio, buscando apoio com ofícios ao pleito da Farsul, pois vimos toda a situação, uma tragédia gigante, produtores endividados, então, no dia 07 de maio já tínhamos enviado uma proposta para o Ministério da Agricultura, então, pegamos a proposta, o pleito da Farsul, que é a prorrogação das dívidas dos produtores por 15 anos, com 2 anos de carência, com 3% de juro, e pedimos às pessoas buscarem com seus prefeitos, câmaras de vereadores, empresas, enfim, população em geral a fazerem esses ofícios em apoio", complementa Grazi.

Durante todo o mês de maio, o SOS AGRO RS conseguiu 750 ofícios em apoio, que foram enviados para o Ministério da Agricultura, e segundo a coordenadora, não obtiveram retorno. "Não fomos atendidos, não tivemos resposta, muito pelo contrário, alguns e-mails se apagaram sem as pessoas lerem, e aí nós estipulamos um prazo, até o dia 30 de junho, iríamos aguardar uma solução do Governo Federal para que o produtor realmente pudesse continuar na atividade, contribuindo com a reconstrução do Rio Grande do Sul e ficamos no aguardo". E a resposta não veio no prazo determinado.

No dia 04 de julho foi realizada a primeira mobilização, que contou com mais de 6.000 pessoas, no Parque da Fenarroz em Cachoeira do Sul–RS, onde foi solicitado anistia, ajuda de custo por seis meses para as famílias e também uma linha de crédito reconstrução. Essa linha de crédito é para aquelas pessoas que devem em empresas particulares, não têm dívidas em banco, mas precisam sanar seus débitos para continuarem no setor.

O SOS AGRO RS foi chamado pelo MAPA (Ministério da Agricultura) para estar presente no dia 05 de julho na FIES em Porto Alegre–RS, onde o Ministro da Agricultura e o Ministro da Reconstrução estariam fazendo uma entrega técnica de maquinário. "Nós tivemos a oportunidade de entregar em mãos as reivindicações, então, nesse dia nós alertamos os ministros da urgência de uma solução, pois precisávamos muito manter os produtores no setor, já que a nossa preocupação era gigantesca, a tragédia iria aumentar", explica Grazi.

Na ocasião, os ministros comentaram que não poderiam resolver a situação em 10 dias, por se tratar de algo complexo no Rio Grande do Sul inteiro. "Nós sabíamos dessa complexidade, por isso, aguardamos 60 dias para fazer uma cobrança em um tom mais alto com o governo, então, como foi sinalizado que não teria solução em 10 dias, nós realizamos a segunda manifestação em Rio Pardo–RS no dia 19 de julho, aonde um dia antes, também fomos chamados pelos ministros, abrimos um canal de comunicação com eles para participar de uma audiência para criar essa solução, nós comparecemos, explanamos novamente a nossa preocupação, pois são muitos produtores, muitos problemas, e sabemos que a solução não seria rápida, fácil, mas que deveria ser eficaz", complementa Grazi.

E no dia 19 de julho foi realizada de novo a segunda manifestação em Rio Pardo–RS no Parque da Expoagro Afubra, com mais de 10 mil pessoas, e lá, o movimento conseguiu a presença do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que abriu as portas da capital gaúcha para o SOS AGRO RS. Na oportunidade o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou virtualmente, se comprometendo a entregar essa medida provisória com uma solução para os produtores até o final de julho.

"Nosso movimento realmente saiu animado, esperançoso, que teríamos uma resposta do Governo Federal até o final do mês, porém, quando a medida provisória veio, houve sim uma decepção da forma que essa medida provisória foi proposta, com burocracia, e nós não entendemos, com várias formas de ter que comprovar algo, já havia passado 90 dias, então, enxergamos uma certa dificuldade quanto a isso", relata Grazi.

Conforme a coordenadora do movimento, a norma da medida provisória estava prevista para o dia 07 de agosto.

"Conseguimos um feito único, juntamos direita, esquerda, Farsul e Fetag, grande e pequeno produtor, pessoas do sul, do norte, produtor de pecuária, soja e arroz, nós conseguimos englobar todos, porque a tragédia assolou todas as pessoas, com 420 municípios em estado de calamidade e emergência, quer dizer, 92% do estado do RS sofreu com isso", salienta Grazi, que ainda destaca, "as pessoas não podem achar que as águas baixaram e está tudo resolvido, não! A tragédia só vai aumentando. Nós estamos falando de uma tragédia econômica para os produtores, para o estado, e, olha, a gente está arriscando ter uma tragédia de insegurança alimentar, se essa solução demorar a vir, como vai ser a safra 24/25? , os produtores estão endividados".

No dia 08 de agosto (quinta-feira) ocorre o "tratoraço" no Parque Harmonia em Porto Alegre–RS, com concentração na Casa do Gaúcho. O evento será das 9h até as 15h30 e já conta com 56 municípios confirmados, haverá palestras, uma caminhada com a cavalaria, 20 tratores estarão na avenida e 500 estarão estacionados na Orla do Guaíba com o objetivo de chamar a atenção para a causa e entregar novamente as reivindicações do MAPA.

"Estamos começando a receber os tratores aqui no parque, para a gente conseguir fazer uma pressão maior, uma cobrança maior, para termos efetividade, pois precisamos de soluções factíveis, que o produtor possa acessar e quanto antes", completa.

Conforme Grazi, se após a manifestação desta quinta-feira (08/08) não tiverem nenhuma posição do governo, o SOS AGRO RS vai continuar a mobilização no estado todo, até a situação ser resolvida.

"Esse é o momento de apoiar, das pessoas terem solidariedade com aquelas que perderam tudo ou pouco, mas perderam, nós temos 10 estados fora do RS que mostraram apoio para a gente também, então o que precisamos, é que todo mundo se una", finaliza Grazi.

Por: Lucas Ribeiro | Jornalista do Portal Conecta

Coordenadora do movimento, Grazi Camargo, em entrevista ao Programa Conexão do Portal Conecta.

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