12 de junho de 2025

Alcides e Joaldina: um legado de amor e união

Alcides e Joaldina Panozzo, casaram no dia 19 de abril de 1958. Conforme relatos da família, no início, não foi uma vida fácil, mas aos poucos, com muita luta e vontade de vencer, eles foram conquistando suas coisas. E, em nenhum momento, abandonaram um ao outro.

Dona Domerci, irmã de Joaldina, conta brevemente como tudo começou.

"Quando o finado Alcides estava no quartel, ele começou a namorar a minha irmã, a Joaldina, eles começaram o namoro, teve o noivado, foram morar de agregado, as coisas muito simples, o enxoval meu pai deu, minha mãe deu para ela, e ele também com pouca coisa, e começaram a trabalhar na lavoura", lembra.

Segundo Dona Domerci, o casal ganhou um lote em Boa Vista do Incra, onde fizeram uma casa de madeira grande. E, quando ficaram mais velhinhos, se mudaram para a cidade.

"Eles se amavam muito, por isso Deus levou eles dois juntos no mesmo dia", conta.

Alcides e Joaldina criaram seus filhos, com muita educação, humildade e caráter. Ao todo, foram nove filhos (dois em memória). Com carinho, eles relembram algumas histórias, e em consequência, o legado deixado pelos pais.

"Foi uma criação que a gente nunca vai esquecer, o caráter, o que a gente tem hoje, devemos a eles", conta a filha, Elenice.

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"Sempre foi ensinado para nós essa questão de honestidade, trabalho para ter as coisas, correr atrás, porque eles sempre trabalharam muito." Teve muitos momentos difíceis, mas uma coisa que eu acho que sempre marcou a nossa família, foi a união, porque sempre tivemos unidos em todos os momentos", comenta a filha, Rose.

Foram 66 anos de muito amor, respeito e companheirismo. Ines Piccinin, freira pertencente a Congregação das Irmãs Paulinas, há 20 anos missionária na África, é irmã de Joaldina, ela fala com orgulho do casal, pois são exemplos a serem seguidos.

"Joaldina entrou comigo para ser irmã em 1953, mas ela permaneceu um ano, depois, ficou doente, saiu, casou e teve nove filhos, e graças a Deus, encontrou um marido maravilhoso, os dois viveram uma vida como dois namorados, foi um casal extraordinário", conta.

São 15 netos e 10 bisnetos. São as sementes frutificando para continuar os ensinamentos deixados. Com muito orgulho, eles relembram momentos marcantes, e que não se apagam.

"Uma coisa que sempre me chamou a atenção foi a família grande, e a união da família grande [...] outra coisa era o Natal, para mim o Natal era uma data que eu não gostava de comemorar, e quando eu vim para cá, eu aprendi a gostar [...] a nona gostava muito, esperava muito o Papai Noel", comenta a neta Larissa.

"Eu desde pequena lembro quando a nona fazia bolacha, pão, ela sempre batia lá levar alguma coisa, e era sempre assim, ela divida com todos da família, ninguém ficava sem, era uma forma de demonstrar esse amor. Ela é meu maior exemplo de fé, foi com ela que aprendi a ter fé em santos. E o nono era uma pessoa pé no chão, mais serena, mais tranquila, nunca vi ele bravo", lembra a neta Rosimarli.

A saudade diária é uma maneira de expressar o tamanho do amor sentido pela família. E o laço de amor foi tão verdadeiro, que eles partiram no mesmo dia, em 12 de junho de 2024, deixando um legado forte de um belo exemplo de vida aos seus familiares e a todos que os conheceram.

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Por: Maria Gabriela Ribeiro | Jornalista do Portal Conecta