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21 de novembro de 2024

Dia Nacional da Consciência Negra tem primeiro feriado neste ano

O dia 20 de novembro de 2024, é pela primeira vez celebrado como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra com um feriado nacional (Lei 14.759/23). Anteriormente, essa era uma política de algumas cidades e estados apenas.

"Na Boa Vista do Incra, não tem muitas pessoas negras, eu sou descendente de ex-escravos, a minha família é negra, somos negros com orgulho", conta a professora de História e Geografia, Rosane Santos.

Conforme a professora, atualmente os negros vem se destacando em diversos cenários.

"Por muito tempo o Rio Grande do Sul foi colonizado por raças brancas, e percebemos que houve uma grande mudança, antes víamos pessoas negras em trabalhos mais humildes, e atualmente vemos a raça negra em vários cenários gaúchos".

A professora de História e Geografia, Marciene Vieira, estudou o tema no seu mestrado, e agora com mais profundidade no seu doutorado.

"A branquitude é um sistema de organização da sociedade, uma valorização da raça branca. A gente sabe que biologicamente não existem raças na espécie humana, diferente de outras espécies. Mas como foi um termo (raça) utilizado durante muito tempo, a gente continua pesquisando o tema na história e educação das relações étnicos-raciais. É um tema obrigatório para ser trabalhado", destaca.

Segundo a professora Marciene a legislação que reconhece o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, existe há 21 anos, e pede o estudo da história e da cultura afro-brasileira, além disso, tem uma legislação também para um estudo das populações indígenas.

"Essas legislações pedem esses estudos especificamente de forma transversal na escola, que seja abordado em todas as disciplinas possíveis durante o ano letivo, não só no período da consciência negra, para a gente não ficar fazendo na escola dias específicos", acrescenta.

Por que a escolha do dia 20 de novembro

Conforme Marciene, o dia 13 de maio que valida a abolição da escravidão no Brasil, é considerada a lei mais curta da história brasileira, contendo somente duas linhas e sem nenhuma reparação histórica.

"No Brasil foram 388 anos de escravidão, mais tempo que a escravidão vigorou, do que a abolição", revela.

O dia 20/11 é o dia da morte do Quilombo dos Palmares, da destruição do Quilombo dos Palmares pelos bandeirantes. A data revela a resistência dos povos negros.

"Por muitos anos a raça negra foi considerada inexistente, inferior, e cabe a nós mostrar que isso deixou de existir porque se descobriu que o negro é um humano, pois antes, o negro era tratado como um animal, e também é difícil mudar tão rápido, porque até as pessoas da raça negra se inferiorizam", salienta Rosane.

Ela ainda complementa, "os negros têm que se orgulhar de tudo o que eles fizeram, pois eles contribuíram muito para a história do Brasil e continuam".

Assista à entrevista completa aqui!

Por: Maria Gabriela Ribeiro | Jornalista do Portal Conecta

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